Alivio

Bati com meus dedos na mesa. Repetidamente. Um olhar agrecivo e necessitado para a tela a cada segundo. O som de minha unhas chocando-se com a madeira começava a me irritar. Mas não mais que a demora. A espera consumia-me por dentro. Corroia-me pouco a pouco. Alimentava-se de cada grama de minha paciencia.
A barra de atualização rodava. Eterna. Em uma espiral infinita. Um redemoinho arrastando-me para o fundo. Para o centro. ERRO! apitava alegremente ao centro da tele. Uma afronta a mim, a minha capacidade. Respirei fundo tentando me controlar. Meus dedos tremulos de raiva e frustração. Re-preenchi o formulario maquinalmente. Não precisa mais ver, havia decorado cada informação. ENTER! E a nova espera. Provavelmente enlouqueceria em poucos minutos. O som de unhas contra madeira era a única coisa que ouvia. Um som tão repetitivo quanto minha raiva, minha impaciencia. Controlava-me para não enlouquecer. Para não quebrar o estulpido objeto a minha frente. A tela em branco zomba de mim. Rizonha e superior. Controlo-me para não atirá-la ao chão. SALVO. Por sim a calma. O alivio. A certeza de que pelo menos minha carteira estará garantida no dia. O que não exatamnte garante minha vaga. A incerteza volta a me rondar. O som batido das unhas volta a minha volta. A impaciencia, incerteza e a raiva estão consumindo-me por dentro. O maldito retardado que inventou esse sistema só o fez por nunca ter passado por ele.

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