Impossivel genética

E tão rapidamente quanto eu...
E tão intensamente quanto eu...
Não sabia que era assim, não sabia que eu era tão parecida assim...
Não com ele.

De olhos bem abertos para ter a certeza que via e não sonhava, fiquei parada esperando. Esperando. Sabia o que aconteceria, já vira muitas vezes acontecer comigo. E então, como o esperado. O olhar de gélida furia. A explosão da raiva. O grito. E então, o vazio. Deixando para trás pela subita retirada do raiva.
Fiquei estática enquanto observava o espaço que, momentos antes, ele ocupava.
Com a força de um soco a epifania atingi-me. Eu era tão ele como sou eu. Ri da ironia. Tudo o que nele me irritava estava também em mim. Os mesmos gestos. Os mesmos sorriso. Até o tom era igual. O mesmo jeito de rebelar-se. O mesmo.
Maldita genética. Maldita.

Suspirei pesada, e deixei que minha cabeça caisse sobre a mesa. E só então, encoberta pelo silencio e por meus cabelos, é que deixei a força de suas palavras atingirem-me. Só então deixei as lagrimas rolarem. Só, então.

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